O nome da rua que ligava o prédio onde viveria à estação se chama Av. República. Ela é lotada de universidades! Pipocavam universitários para todos os lados! O que achei mais curioso é ver que as casas que haviam na região eram extremamente góticas. Outra surpresa foi ao chegar no prédio em que iria viver: parecia um cortiço de tanto apartamento apinhado num único andar. E ele ainda seguia um sistema de ser "meio" duplex (você sobe uma escada que equivale a meio andar e desce uma escada que equivale a outro meio andar). Muy loco!
Segundo choque: há mendigos pelas ruas do Chile. Eu realmente fiquei surpreso. Ouvi tanto que o país era o mais desenvolvido da América do Sul e tudo mais que não esperei isso por lá. Inclusive, a maioria era mendigo bebado! O pisco (bebida local fortíssima) é a lei: quem não toma não é macho. Eu tomei alguns tipos, mas o mais gostoso (e um dos mais fortes) é o Pisco Sour. Mermão... coisa de loco.
Nessa rua, além das universidades, tem o museu Em Solidariedade com Salvador Allende, que por ironia, fica no mesmo local em que estava uma das principais casas de tortura do período militar chileno. O museu é bem simples, mas vale a pena conhecer, pois há quadros de Miró e até uma escultura de Yoko Ono por lá. Mas o mais interessante mesmo é a sala onde tem a gravação da voz de Allende na rádio, feita minutos antes dele morrer. Nela, ele fala sobre o chile e a capacidade que os chilenos tem de superar. O mais intenso foi perceber o medo da voz dele. O medo de alguém que sabia que estava prestes a morrer.
(para os que não sabem, ele realmente morreu)
Tem uma coisa bem legal do museu República: ele fica a uma quadra do bairro BRASIL e faz esquina com a rua Brasil. Parece besteira, mas sempre me sinto feliz em ver uma rua assim em todo país que passo. Agora, bem mais infeliz foi encontrar uma igreja fechada e toda rachada pelo terremoto. Mas é a vida que segue e algumas coisas ficam para trás.
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