sexta-feira, 15 de abril de 2011

Baquedano

Foi nessa estação que gastei a maior parte do meu tempo. E um tempo muito bem gasto, diga-se de passagem.

Primeiro experimentei o Sunday de Chirimoya (fruta típica chilena) do MacDonalds. Até que é boa, vale experimentar!

Lá também fica a COINED, a escola internacional onde consegui meu diploma de Espanhol Avançado e conheci a galera mais fera que há!



Logo atrás dessa minha escola tinha uma Rua bastante bonitinha que me custou UM DIA inteiro para encontrar. Sim, fica atrás da minha escola mas os mapas e guias não diziam exatamente onde era. Foi frustrante, mas pergutando muito nas ruas encontrei a bendita Calle Viña Del Mar (não confundam, não é a cidade costeira!). Ela é toda colorida e diferente. Tem até um patrimonio nacional que é a casa dos Gargulas. Me diverti.


Então.... Seguindo para o Cerro San Cristoban, passavamos em frente a plaza San Martin e ao maior prédio do Chile, que pertence a telefonica e cruzavamos o Rio Mapocho (que no verão fica quase vazio). Uma das pontes desse rio virou um teatro-museu. Bem bacana. Vale a pena visitar.

Lá tem uma feirinha barata pra comprar prata e instrumentos musicais tipicos, que os vendedores fazem questão que você aprenda a tocá-los. Bem divertido. Também tem o Pátio Bellavista. Ele é bem bonito e turistico. Cheio de produtos caros e restaurantes mais caros ainda. Mas todos de boa qualidade.
Mais adiante a turma gostava de tomar cerveja no bar. A mais famosa é a Escudo. Nem tão boa, no Brasil as cervejas são melhores...

E maaaais pra frente adiante, ao pé do cerro temos a La Chascona, casa do Pablo Neruda (uma delas, por que ele tem um monte pelo país e mundo afora). Dividida em três partes, a estrutura da casa é bem peculiar, sendo que uma tinha formato de Farol, a outra de navio e mais uma de porto. Bem peculiar. A visita é obrigatória!




Enfim chegamos no cerro. logo embaixo temos o que? O principal zoológico do Chile! Por estar no sopé do cerro, que já é algo alto, a vista de lá é deslumbrante! Sendo que, por ser terreno de encosta, não precisamos de grandes para ver os animais, basta olhar pra baixo (ou pra cima, dependendo do caso). Mucho loco, não? A única coisa ruim foi ver uma Arara que é o simbolo do Brasil toda machucada e cansada. Foi de cortar o coração.



E, por fim, o passeio principal: Subir no Cerro San Cristobal de Funicular! Muito show. A entrada e saída dos funiculares imitam antigos castelos góticos, com imagens de gargulas pra todos os lados.




Ao chegar lá em cima, quase cai pra trás: a vista é simplesmente ESTONEANTE. Foi dificil de acreditar. E isso porque ainda não haviamos chegado até o topo. E até um carabinero (policia civil do Chile) topou posar com o seu cachorro pra minha camera.




E o topo? Lá se encontra a estatua da Virgem Maria. E o que eu descubro? Tem um altar ao ar livre lá em cima. É uma "igreja"!!! Eles aproveitaram que o terreno era uma encosta e então colocaram os 'bancos de igreja' no morro, sendo que um fica mais alto que o outro, fazendo com que ninguém atrapalhe a visão de ninguém. Ainda aproveitaram e botaram umas plantas na frente. Pensa que loco deve ser assistir uma missa ou casar num lugar desses? Fantástico.





 Fiquei a tarde toda lá e pude ver o por do sol. Foi brilhante.
A noite, fui para um Jazz Club ouvir uma banda BRASILEIRA tocar (foi sem querer, juro). Mas foi até divertidissimo. E experimentamos o fortíssimo Pisco Sour (bebida chilena típica). E repetimos varias vezes. Foi jóia!


sexta-feira, 25 de março de 2011

Impressões sobre o Chile

Uma parada no dia a dia do chile.

Esse texto eu criei enquanto estava lá. Foram as impressões que tive sobre dois assuntos essenciais do chile.


O TERREMOTO E A DITADURA


Esses são os dois assuntos que um chileno não gosta de conversar: terremoto e ditadura. Tanto um como para o outro, muitos minimizam seus reais efeitos e as desgraças a qual foram acometidos. É engraçado pensar que um é uma força da natureza e o outro é a força do homem. É como se não tivesse perdão. Mas só que a população criou o seu perdão. E a melhor forma de conseguí-lo é minimizar tudo de ruim e mostrar como poderia ter sido pior.

No caso do terremoto, ilhas e cidades costeiras foram arrasadas pelo mar que havia se revoltado com o tremor enquanto grandes cidades (até mesmo Santiago) viam seus prédios trincarem e cairem. Graças à rápida manutenção do governo, em três meses o dia a dia de um chileno já havia voltado ao normal... mais ou menos. Os passeios até a ilha Juan Fernandez (que fica a caminho da Ilha da Pascoa - célebre por seus Moais) estão suspenso por no mínimo um ano - até o centro da ilha foi devastado, levando toda a infraestrutura que tinham para o fundo do oceano. Muitos dos museus e ascensores de Viña del Mar e Valparaíso se encontram em "manutenção" (que - oficialmente - diz ser para a melhoria do serviço). Há até mesmo antigas (e belas) mansões rodeadas por aquela faixa amarela com o escrito: PELIGRO. Em Santiago, então? Pouco se fala. Agradecem pelo fato de que o terremoto acontece em média "só" a cada vinte anos. Agradecem também pelo fato de o terremoto não ser tão forte assim. Afinal, é só olhar para o Haiti para ver o que um terremoto pode fazer (nisso eles realmente têm razão). Mas ainda assim, é possível ver vários prédios trincados pela força dos tremores (como a Biblioteca, Bellas Artes e a Igreja Metropolitana), outros com a fachada destruida (como o Museu de Arte Contemporânea) e mais outros fechados por estarem em risco (como a Igreja de San Francisco - uma das mais antigas construções da cidade). Talvez seja a melhor forma de lutar contra uma força natural incontrolável: manter o bom humor e seguir em frente. Muitos deviam aprender com isso.

Agora, no caso da ditadura a coisa complica. Eles a encaram como algo ruim que aconteceu, mas que deu até uma boa guinada no país. Nós, brasileiros, encaramos a ditadura como o que aconteceu de pior no país e sabemos que a ditadura do Chilena chegou a ser mais dura e penosa. Então de onde vêm a grande diferença? Vem do início dela. No governo comunista de Salvador Allende, a classe média e alta já estavam passando fome quando o presidente passou a racionar comida e dar o mesmo para todos. O problema é que não havia produção de alimento para todos, então a classes mais altas, que já estavam acostumadas com suas mordomias entraram em pânico (logicamente). A ditadura seria o desenrolar disso. Seria a salvação do país (uma salvação um tanto dura e cruel, diga-se de passagem). Há também outra diferença. No Brasil, a ditadura foi ficando mais pesada ao longo dos anos, com o clímax em 1968, com o AI-5 para depois entrar em queda nos anos 80. No Chile não: quase 70% das prisões, mortes e torturas aconteceram nos três primeiros meses! Muita gente sofreu e muitos morreram, mas foi rápido e (quase) anestesiante. É como uma pancada. É menos complicado de curar. Então, há sim um consenso em dizer que a ditadura foi horrivel, mas como dizem os santiaguinos: era só não se meter com a política que tava tudo bem. O negócio é saber se era possível não entrar nesse assunto, algo tão presente na sociedade.

Bellas Artes

Essa estação, cujo nome indica tudo, é onde se encontram os três maiores museus de artes da cidade. E fui em todos. E tive um bocado de decepção.

-Museu de Bellas Artes
Esse lindo museu sofreu horrores por causa do terremoto, mas estava aberto. Suas esculturas ainda estavam cobertas pelo plástico e eram belíssimas, mas as pinturas de suas exposições permanentes e temporárias não me surpreenderam muito. Esperava mais. Vale mesmo ir pelas esculturas e pela arquitetura do local. O são principal tem uma abóbada feita pelo Eiffel (o mesmo que criou a Torre Eiffel - uau, não me diga).



-Museu de Arte Contemporânea
Esse foi, em grande parte, destruido. Sua fachada havia sofrido algumas avarias e, apesar do aviso, contrário. Ele se encontrava fechado e com a coleção guardada em outro prédio. A única coisa que restou foi o cavalão divertido do lado de fora.




- Museu de Artes Visuais
Moderno, diferenciado, bonito e divertido. Adorei! Muito diferente. O que me impressionou também foi encontrar o "museu" (porque era apenas uma pequena sala) de arqueologia de Santiago, com muitos cocares, colares de ouro, etc usados pelos índios antigamente. Divertidíssimo!






Plaza de Armas

Nessa estação de metro você chega em frente a mais antiga praça de Santiago. É nela que se concentram os mais importantes prédio da colonização espanhola no chile. No centro tem uma fonte (com muitas crianças se banhando) talvez um pouco polêmica, por retratar um índio dando uns pega numa mulher branca. Nessa mesma praça é possível ver o mapa original de Santiago (o primeiro de todos) e uma escultura muito famosa (não sei porque e não lembro onde já havia ouvido falar, mas sei que é famosa!).




Em frente, temos diversas construções importantes:
- Catedral Metropolitana - enorme e muito muito muito bonita (e antiga).




- Cabildo - sede do antigo governo espanhol no Chile. O museu é muito fera e conta com altas curiosidades da vida dos chilenos na época do colonialismo.


- Museu Pré-Colombino - Fantástico! Inesperado. Muitas relíquias dos povos do período pré-colombiano que viveram no Chile e em outros países da América do Sul. Tem até a múmia Chinchorro (PIGMEU!!)





La Moneda

Nessa estação de metrô paramos em frente ao monumento mais famoso do chile: o palácio de La Moneda.
Projetado para ser a casa da moeda durante a colonização espanhola, acabou virando o Palácio do Governo do Chile após a independência. Criado pelo italiano Joaquín Toesca, foi destruido em 1973 por Pinochet (e as forças aéreas do EUA - diga-se de passagem). Esse momento foi considerado o marco que iniciou a ditadura militar chilena. Reconstruído quase dez anos depois, retornou a sua beleza original. Conto essa história para que saibam a força que esse edifício tem no país. É mais que o símbolo da cidade, é o espírito chileno. E eu tive prazer de passar duas vezes por lá (uma vez com a minha turma da escola do chile toda!), mas tive o desprazer que a área interna não pode mais ser visitada, pois o novo presidente não permite. Uma droga, mas tá valendo.





O impressionante foi conhecer a parte subterrânea do La Moneda. Ele é iluminado pelo fundo das fontes do palácio (que são de vidro). O espaço é enorme e eu pude ver uma exposição temporária com pintores de toda américa latina (inclusive o Brasil). E lá que meu professor explicou a história de Violeta Parra (visto que tem um museu em homenagem a ela lá embaixo). Uma cantora chilena muito popular, principalmente por sua música Gracias a La Vida (ironicamente, ela se matou... mesmo cantando uma música dessas). Essa música virou uma espécie de hino no chile.



Por fim, atrás do La Moneda fica a praça mais patriota do chile, com um quilhão de bandeira e estatuas de presidentes. Lá também fica a Intendencia do Chile e, mais a esquerda, a bolsa de valores do chile. Por fim, todos os dias pares acontece a troca de guarda chilena, ainda não tão conhecida quanto a da Inglaterra, mas muito mais animada (eu fui nas duas, acredite, a do Chile é bem mais feliz). Além de toda apresentação divertida que incluia cachorros intrometidos, a banda militar tocou Gracias a La Vida de Violetta Parra e BRASILEIRINHO para a felicidade de todos nós, turistas brasileiros. Foi fantástico.




Por último, mas não menos importante: perto de tudo isso fica o Café com Piernas. Lá tem as mais bonitas garçonetes com vestidos curtos e justíssimos! Muito bom. Infelizmente, na hora que tirei a foto (coisa que não é bem vista por lá) não havia uma garçonete escultural. Mas valeu, vai?