O século XXI começou e já está pegando fogo. Literalmente. Guerras, descobertas e tecnologias são assuntos para serem discutidos entre um cochilo e outro. Com a grande velocidade e quantidade de mudanças, informações e opções, os jovens da nova geração acabaram por se transformar.
A palavra "adaptação" perdeu seu sentido completo. Num mundo onde tudo se renova rapidamente, quem ficar parado, fica pra trás e dificilmente consegue um espaço. Os jovens não se adaptam à uma nova realidade, eles simplesmente aderem a ela. Para que haja equilíbrio, essas mudanças devem vir com uma crítica. Se a crítica for boa, vale aderir a essa nova mudança. Com toda essa velocidade, essa crítica não é feita regularmente, levando muitos jovens ao arrependimento. Perceba como o índice de suicídio, depressão e estresse aumentam gradativamente entre os jovens. Um exemplo leve: você compra um celular de ponta que possui os recursos que te agradam. Em três meses é lançado um novo aparelho com mais recursos ainda. A partir desse ponto você já está pra trás, e se tiver como, obterá esse novo aparelho. Após de obtê-lo, você poderá descobrir que a tecnologia não é viável (ex: vídeochamada), encarece sua conta (ex: internet de alta velocidade - 3G) e torna seu celular fisicamente mais frágil (ex:touchscreen). Sem a crítica, muitas vezes estamos despreparados para lidar com as consequências.
O que me deixa mais apreensivo é a incerteza do futuro. Veja nas profissões: com a tecnologia avançando rapidamente, não sabemos quais carreiras podem ganhar ou perder com isso. As máquinas podem substituir engenheiros, médicos e advogados? Os jornais vão desaparecer? O cinema vai ser totalmente digitalizado? Não tenho a resposta para essas perguntas, mas todos os dias me lembram delas.
Para mim, o mais importante é reconhecer que o mundo se transformou em uma imensa gelatina. Não há certezas. O mal de hoje pode vir a ser bom amanhã, ou vice-versa. Há um grande leque de opções de carreiras e esse mesmo leque pode vir a diminuir ou até mesmo sumir com o avanço de tecnologias. O petróleo enriquece o mundo ao mesmo passo que ele o polui. Sem contar que ele vai acabar. O gelo está derretendo e cidades costeiras estão em pânico. Os maias achavam que em 2012 o mundo vai acabar. Arranjaram muitos motivos para destruir o nosso futuro, mas e os motivos para construí-los? Se aprendemos a lidar com o fato de que vamos morrer um dia, podemos lidar com o fato que o planeta acabará um dia, então fé em Deus e pé na tábua!
Por fim, é importante entender uma coisa: não evite o sofrimento, busque o prazer. Faça aquilo que gostas. Concursados têm mais segurança e médicos têm status, mas nada adianta se todos os dias você acordar achando que isso não passa de uma dor de cabeça diária. Liberdade financeira trás felicidade sim, mas a liberdade psicológica é incomparável.
Num mundo de gelatina não há em que se apoiar e se não aprender a se equilibrar nele, você pode escorregar. E se escorregar... Boa sorte.